Lista de Protocolos Operacionais Padrão (POP)
Nesta página você encontrará uma lista completa dos POP'S da Atenção Primária da Saúde e do Centro de Terapia Intensiva com todos os procedimentos de enfermagem que um profissional precisaria consultar para executar dentro das conformidades do padrão de qualidade hopitalar e em Home Care (em HC o Manual de Protocolos é mais completo)
(CUNHA, 2025).
10/22/202517 min read


Protocolos Operacionais Padrão (POP)
Protocolos Operacionais Padrão (POP) – Enfermagem Em CTI
1. Admissão do paciente na UTI
Identificação correta do paciente.
Avaliação inicial completa (ABCDE, sinais vitais, escala de Glasgow).
Instalação de monitor multiparamétrico.
Verificação de acessos venosos, sondas, drenos, dispositivos invasivos.
Registro no prontuário eletrônico/físico.
Higienização e preparo do leito.
Comunicação com equipe multiprofissional e familiares.
2. Higienização das mãos
Realizar higiene das mãos antes e após contato com o paciente ou superfícies próximas.
Usar técnica dos 5 momentos da OMS.
Utilizar sabão antisséptico ou preparação alcoólica (70%).
Documentar em auditorias de rotina.
3. Paramentação e desparamentação
Vestir avental, máscara, gorro, óculos e luvas conforme risco.
Retirar EPIs seguindo sequência segura para evitar contaminação.
Descarte em lixeira infectante.
4. Administração de medicamentos
Conferir prescrição médica, paciente, dose, via, horário e validade.
Higienizar as mãos e preparar em local limpo.
Identificar medicamentos e infusões contínuas.
Registrar imediatamente após administração.
5. Punção de acesso venoso periférico
Higienizar mãos e usar EPIs.
Escolher veia adequada e preparar material estéril.
Assepsia com clorexidina alcoólica 2%.
Fixar e identificar com data/hora.
Trocar a cada 72h ou conforme protocolo institucional.
6. Cuidados com cateter venoso central (CVC)
Higienização rigorosa das mãos.
Técnica asséptica na manipulação.
Troca de curativo com clorexidina a cada 7 dias (curativo transparente) ou se sujo/solto.
Troca de equipos a cada 96h.
Registrar cuidados e aspecto do sítio de inserção.
7. Aspiração de vias aéreas (TQT / TOT)
Explicar o procedimento ao paciente (quando consciente).
Higienizar as mãos, calçar luvas estéreis.
Conectar sistema de aspiração.
Introduzir sonda sem aspiração contínua e retirar aspirando intermitente.
Oxigenar antes e depois.
Registrar volume, aspecto da secreção e saturação.
8. Cuidados com ventilação mecânica
Verificar posicionamento e fixação do tubo.
Realizar higiene oral com clorexidina 0,12% a cada 8h.
Manter cabeceira elevada 30–45°.
Aspirar secreções quando necessário.
Verificar alarmes e parâmetros ventilatórios.
9. Cuidados com sondas (nasogástrica, vesical, etc.)
Higienizar as mãos antes e após manuseio.
Confirmar posicionamento correto (teste clínico e radiológico se necessário).
Fixar e identificar com data/hora.
Esvaziar e medir débito urinário a cada 6h.
Trocar sistema coletor conforme protocolo.
10. Controle de infecções hospitalares
Cumprir protocolos de Precauções Padrão e por tipo de transmissão.
Troca e limpeza de dispositivos conforme normas da CCIH.
Isolamento quando indicado.
Notificação de eventos infecciosos.
11. Controle de sinais vitais e balanço hídrico
Monitorar sinais vitais de acordo com prescrição (geralmente de hora em hora).
Registrar débito urinário, drenagens e infusões.
Calcular balanço hídrico e comunicar alterações.
12. Curativos e cuidados com feridas
Avaliar tipo de ferida e prescrição.
Técnica asséptica rigorosa.
Uso de cobertura adequada.
Registrar tipo de curativo, aspecto e evolução da lesão.
13. Prevenção de lesões por pressão (LPP)
Avaliação de risco (Escala de Braden).
Mudança de decúbito a cada 2h.
Uso de colchão pneumático, coxins.
Hidratar pele e manter lençóis secos.
Registrar cuidados e áreas de risco.
14. Assistência na parada cardiorrespiratória (PCR)
Acionar equipe de emergência.
Iniciar RCP conforme protocolo AHA (CAB).
Utilizar carrinho de emergência completo e checado diariamente.
Registrar horário de início, drogas administradas e tempo total.
15. Segurança do paciente
Identificação dupla (pulseira + prontuário).
Check list de cirurgia segura, medicamentos e quedas.
Comunicação efetiva entre equipe (SBAR).
Uso de protocolo de transferência interna segura.
16. Alta e transferência do paciente
Conferir prescrições, medicações e dispositivos.
Passagem de plantão estruturada (SBAR).
Entregar relatório completo à unidade de destino.
Orientar família e registrar no prontuário.
17. Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos
Limpeza concorrente e terminal conforme rotina.
Uso de saneantes adequados (hipoclorito, álcool 70%).
Identificação de equipamentos limpos.
18. Controle de materiais e equipamentos
Conferência e reposição de materiais críticos.
Manutenção preventiva de monitores, ventiladores e bombas.
Registro em planilhas de controle.
19. Ética e sigilo profissional
Cumprir Código de Ética de Enfermagem.
Preservar privacidade e confidencialidade.
Comunicação respeitosa com equipe e familiares.
20. Educação permanente
Treinamentos periódicos sobre protocolos.
Auditoria de POPs e indicadores de qualidade.
Discussão de casos e atualização científica.
21. Traqueostomia – cuidados específicos
Avaliação diária da fixação e pressão do cuff (18-25 cmH2O)
Troca de curativo ao redor do estoma (mínimo 1x/dia)
Higiene e aspiração da cânula interna
Prevenção de sangramento, obstrução e deslocamento
Protocolo de decanulação progressiva
22. Intubação orotraqueal (IOT) – assistência de enfermagem
Preparo do material (laringoscópio, TOT, cuff, guia, aspirador)
Pré-oxigenação e posicionamento do paciente
Monitorização contínua durante o procedimento
Confirmação de posicionamento (capnografia, ausculta)
Fixação segura do TOT e registro da numeração na rima labial
23. Carrinho de emergência – padronização e checagem
Checklist diário por plantão (materiais, medicamentos, validades)
Teste funcional do laringoscópio e desfibrilador
Reposição imediata após uso
Organização padronizada por gavetas
Lacre e controle de abertura
24. Sedação e analgesia contínuas
Avaliação com escalas validadas (RASS, Richmond; BPS ou CPOT para dor)
Titulação de sedativos e analgésicos conforme metas
Interrupção diária de sedação (quando indicado)
Prevenção de abstinência e delirium
25. Prevenção e manejo do delirium
Rastreio com CAM-ICU
Medidas não farmacológicas (mobilização, ciclo sono-vigília, orientação)
Redução de sedação excessiva
Registro e comunicação de eventos
26. Contenção mecânica
Indicação e reavaliação a cada 2-4h
Documentação de motivo, horário e reavaliações
Vigilância de lesões e integridade vascular/nervosa
Priorizar medidas alternativas
27. Bundle de pneumonia associada à ventilação (PAV)
Cabeceira elevada 30-45°
Higiene oral com clorexidina
Aspiração de secreção subglótica
Avaliação diária de desmame
Pressão adequada do cuff
28. Bundle de infecção de corrente sanguínea (CLABSI)
Técnica asséptica na inserção e manuseio
Curativo com clorexidina
Revisão diária da necessidade do cateter
Desinfecção de conectores antes de acessar
Troca programada de equipos
29. Bundle de infecção do trato urinário (CAUTI)
Indicação e manutenção de sistema fechado
Higiene do meato uretral
Posicionamento adequado da bolsa coletora
Revisão diária de necessidade
Retirada precoce
30. Profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV)
Avaliação de risco (Escala de Padua ou similar)
Prescrição e administração de heparina profilática
Dispositivos de compressão pneumática intermitente
Mobilização precoce
Registro e monitoramento
31. Profilaxia de úlcera de estresse
Avaliação de fatores de risco (VM, coagulopatia, trauma)
Administração de inibidores de bomba de prótons
Reavaliação diária de indicação
32. Mobilização precoce
Avaliação de segurança (hemodinâmica, dispositivos)
Protocolo progressivo (passivo → ativo → sedestação → ortostatismo)
Registro de evolução funcional
Comunicação multiprofissional com fisioterapia
33. Desmame ventilatório
Critérios de elegibilidade
Teste de respiração espontânea (TRE)
Monitorização de sinais de intolerância
Protocolo de extubação segura
Prevenção de reintubação
34. Coleta de exames laboratoriais e culturas
Técnica asséptica para hemocultura (2 pares de sítios diferentes)
Identificação correta de amostras
Armazenamento e transporte adequados
Registro de horário e local de coleta
35. Gasometria arterial
Técnica de punção, locais preferenciais
Anticoagulação da seringa
Transporte em gelo
Interpretação básica e comunicação de alterações críticas
36. Suporte nutricional (enteral e parenteral)
Avaliação nutricional e cálculo de necessidades
Teste de posicionamento de sonda (RX, ausculta, pH)
Cabeceira elevada durante infusão
Controle de resíduo gástrico
Prevenção de broncoaspiração
37. Controle glicêmico
Protocolo de insulinoterapia
Frequência de controles (1-4h conforme estabilidade)
Tratamento de hipo e hiperglicemia
Registro e ajuste de bomba de infusão
38. Hipotermia terapêutica pós-PCR
Indicações e contraindicações
Métodos de resfriamento
Metas de temperatura e tempo
Monitorização de complicações
Reaquecimento controlado
39. Visita ampliada e comunicação com familiares
Horários e critérios de flexibilização
Preparação de familiares (higiene, EPIs)
Comunicação de rotina e más notícias
Registro de visitas
40. Preparo do corpo pós-óbito
Retirada de dispositivos (conforme protocolo e necessidade médico-legal)
Higienização, identificação e tamponamentos
Biossegurança
Encaminhamento e documentação
Acolhimento à família
41. Transferência interna e inter-hospitalar
Checklist de estabilidade clínica
Kit de transporte (monitor, O2, medicações, via aérea)
Passagem de plantão estruturada
Documentação completa
Equipe capacitada e equipamentos
42. Bombas de infusão contínua
Programação, alarmes e checagem
Dupla checagem de drogas vasoativas
Identificação de vias exclusivas
Troca de equipos e conexões
Registro de velocidade e volume infundido
43. Medicamentos de alto risco
Lista institucional (heparina, insulina, vasoativos, sedativos, eletrólitos concentrados)
Dupla checagem obrigatória
Identificação diferenciada
Protocolo de diluição e administração
Registro de eventos adversos
44. Hemotransfusão
Verificação de compatibilidade e consentimento
Dupla checagem de paciente e hemocomponente
Instalação em acesso calibroso com equipo específico
Monitorização de reações transfusionais
Registro completo e notificação de eventos
45. Reações adversas e farmacovigilância
Reconhecimento precoce
Interrupção e tratamento conforme gravidade
Notificação ao núcleo de segurança
Documentação detalhada
46. Diálise e terapias de substituição renal contínua
Preparo e checagem do circuito
Anticoagulação do sistema
Monitorização hemodinâmica e balanço
Cuidados com cateter de diálise
Registro de parâmetros
47. Drenos torácicos
Avaliação do sistema (selo d'água, aspiração)
Registro de débito, aspecto e oscilação
Prevenção de obstrução e desconexão
Ordenha quando indicado
Retirada conforme protocolo
48. Hipotermia e hipertermia – controle térmico
Métodos de aquecimento/resfriamento
Monitorização central de temperatura
Prevenção de tremores
Ajuste de meta terapêutica
49. Morte encefálica – assistência ao potencial doador
Manutenção hemodinâmica e ventilatória
Suporte hormonal
Registro rigoroso de parâmetros
Interface com equipe de captação de órgãos
Acolhimento familiar
50. Gestão de riscos e notificações
Identificação de eventos adversos e quase-erros
Notificação em sistema institucional
Análise de causa raiz
Implementação de barreiras preventivas
Cultura de segurança e aprendizado
51. DVE (Drenagem Ventricular Externa) – Cuidados de Enfermagem
Objetivo: Manter a permeabilidade da DVE, prevenir infecções (EVD-related ventriculitis), monitorizar pressão intracraniana (PIC) e débito de LCR, com segurança hemodinâmica
Materiais: Frasco coletor com escala, conexões estéreis, sistema de drenagem calibrado, clorexidina, gazes estéreis, soro fisiológico, SPO2, PVC
Passos críticos:
Posicionar o nível de referência (buraco de Monro) ao mesmo nível do meato acústico externo, reposicionando-o a cada mudança de postura
Avaliar permeabilidade da DVE: gota-a-gota contínua sem sangue fresco ou fluxo pulsátil irregular sugere obstrução
Registrar volume, cor e aspecto do LCR a cada turno (cristalino=normal; sanguinolento=hemorragia; turvo=infecção)
Trocar frasco coletor a cada 7 dias ou conforme protocolo; manter sistema fechado com técnica asséptica
Aspiração gentil com seringa de 3 mL se obstrução suspeita (conforme prescrição médica)
Curativo ao redor do ponto de inserção com clorexidina a cada 7 dias ou se sujo/solto
Higiene com soro fisiológico estéril; não lavar com jato direto
Monitorizar sinais de infecção: febre, alteração de nível de consciência, rigidez, débito turvo
Registrar: volume/horário de drenagem, aspecto LCR, PIC se monitorizada, nivel de referência, medicações adjuvantes
Segurança:
Precaução padrão + contato + barreira máxima para manipulação
Comunicar imediatamente: obstrução, fluxo retrógrado, desconexão acidental, drenagem excessiva ou nenhuma drenagem
52. Pressão intracraniana (PIC) – Monitorização e Cuidados
Objetivo: Manter PIC <15-20 mmHg, prevenir herniação encefálica e complicações neurológicas
Materiais: Monitor de PIC, transdutor, soro fisiológico 0,9%, seringa de infusão, clorexidina, curativos estéreis
Passos críticos:
Nivelamento e zeragem do transdutor ao meato acústico externo a cada turno ou conforme prescrição
Manter cabeceira 30–45°, evitar flexão cervical e compressão jugular
Drenagem de LCR conforme prescrição (DVE/PIC >15-20 mmHg)
Evitar estímulos excessivos: manter ambiente calmo, minimizar ruído, agrupar cuidados
Monitorizar resposta à drenagem, medicações (manitol, propofol) e mudanças neurológicas
Registrar PIC, pressão de perfusão cerebral (PPC = PAM - PIC) e correlação com nível de consciência
Sinais de alerta: PIC >20 mmHg persistente, midríase, bradicardia, hipertensão, curva patológica de PIC
53. Pós-operatório imediato de neurocirurgia
Objetivo: Prevenir complicações neurológicas, cardiorrespiratórias e hemorrágicas nos primeiros 24-72h pós-operatório
Avaliação inicial (ao chegada do CTI):
ABCDE: VA, ventilação, circulação, nível de consciência (Glasgow), pupilas, força, responsividade
Sinais vitais contínuos, SpO2, PA, FC, FR, temperatura
Revisão da prescrição cirúrgica: tipo de procedimento, drenagem esperada, restrições de mobilização
Inspeção de ferida cirúrgica, drenos (débito, cor, volume), curativos, fixação de DVE se presente
Cuidados específicos:
Manter repouso rigoroso no leito (primeiras 24h) conforme protocolo neurocirúrgico
Elever cabeceira 30–45° para reduzir PIC e edema
Evitar Valsalva (tosse forte): hiperoxigenar antes de aspiração, sedação adequada
Monitorizar débito de drenagens: objetivo <50-100 mL/24h; se excessivo, comunicar
Curativo de ferida em 24h (pós-alta cirúrgica) e thereafter conforme protocolo
Analgesia e sedação otimizadas; evitar agitação e hipertensão
Avaliação neurológica hora em hora nas primeiras 12h, depois a cada 2h (pupilas, força, resposta verbal/motora)
Coleta de exames conforme prescrição (TC, RM de controle, labs)
Sinais de complicação neurológica:
Alteração aguda de nível de consciência, midríase, hemiplegia, afasia, convulsão
Sangramento excessivo em drenagens (comunicar imediatamente)
54. Pós-operatório imediato de cardiologia/cirurgia cardíaca
Objetivo: Manter estabilidade hemodinâmica, garantir ventilação adequada, prevenir complicações pós-circulação extracorpórea (CEC), sangramento e arritmias
Avaliação inicial:
ABCDE: aviação, ventilação, débito cardíaco (PA, FC, pulsos periféricos), nível de consciência, temperatura
Revisar procedimento realizado (enxerto, valva, correção de defeito), duração de CEC, clamp aórtico
Monitorização invasiva: PAM, PVC, débito cardíaco quando disponível; ECG contínuo; saturação, capnografia
Cuidados específicos:
Suporte hemodinâmico conforme prescrição: inotrópicos (milrinona, dobutamina), vasoativos (noradrenalina, nitroprussiato)
Manter normotermia: aquecedor de sangue, colchão térmico (geralmente paciente chega hipotérmico da CEC)
Monitorizar débito dos drenos mediastinais (torácico + pericárdico): <50 mL/h é aceitável; >100-150 mL/h requer avaliação
Balanço hídrico rigoroso: calcular necessidade pós-CEC (retenção esperada); limitar fluidos para evitar edema pulmonar
Uso de hemoglobina como meta: transfundir se Hb <8 g/dL (ou <7 em vigência de estabilidade)
Reversão de anticoagulação (se necessário) com protamina ou fibrinogênio/plaquetas/vitamina K conforme protocolo
Sedação e analgesia otimizadas; evitar agitação que aumenta demanda miocárdica
Avaliação contínua de perímetro cardíaco: auscultar ruídos cardíacos, avaliar ingurgitamento jugular, perfusão periférica
Sinais de alerta:
Hipotensão refratária a fluidos/aminas (síndrome do baixo débito cardíaco pós-CEC)
Sangramento excessivo em drenos (comunicar cirurgião para possível retoracotomia)
Arritmias (FA, TV): comunicar eletrofisiologia; estar preparado para desfibrilação
Aumento da pressão venosa central (PVC >15 mmHg): possível tamponamento pericárdico
Desmame de vasoativos: Redução gradual conforme estabilidade PA/FC; manter débito cardíaco adequado
55. Retorno do bloco cirúrgico – Protocolo de Recepção e Estabilização
Objetivo: Acolher paciente cirúrgico de forma organizada, prevenir complicações imediatas, garantir continuidade assistencial e comunicação efetiva
Preparo do leito (antes da chegada):
Higienizar leito; montar monitores, ventilador, aspirador, bombas de infusão
Preparar medicações de resgate (adrenalina, amiodarona, atropina)
Confirmar leito disponível com equipe cirúrgica e central de leitos
Equipe em prontidão: enfermeiro, técnico, médico do CTI
Recepção e hand-off estruturado (SBAR):
Situação: identificação do paciente, tipo de cirurgia, duração, anestesia utilizada
Background: diagnóstico pré-operatório, comorbidades, medicações pré-operatórias, alergia, peso
Assessment: estado geral, estabilidade hemodinâmica, nível de consciência (Wake-up test), saturação, diurese intra-operatória
Recommendation: medicações prescritas, ventilação desejada, metas hemodinâmicas, restrições/cuidados
Transferência segura:
Dupla confirmação de identidade (pulseira, prontuário)
Movimentação sincronizada do leito para cama do CTI (risco de desconexão de dispositivos)
Rápida reconexão de monitores, traçados basais (ECG, PA, SpO2, etCO2)
Avaliação inicial imediata (primeiros 10-15 min):
ABCDE:
A (Airway): posição tubo, fixação, ausculta simétrica
B (Breathing): frequência respiratória, SpO2, capnografia, padrão respiratório
C (Circulation): PA, FC, pulsos periféricos, enchimento capilar, perfusão cutânea
D (Disability): nível de consciência (Wake-up test específico de neurocirurgia), pupilas, força
E (Exposure/Environment): inspecionar ferida, drenos, curativos, temperatura
Instalação de acessos e monitores (se ainda não presentes):
Cateterização de PA invasiva conforme protocolo (CVC se indicado)
Cateter vesical com débito horário
Drenos para drenagem da ferida conforme tipo de cirurgia
Verificação de posicionamento de sondas (SNG, sonda vesical)
Prescrições iniciais (conforme protocolo + prescrição médica):
Fluidos e tipo de reposição hídrica
Medicações: analgesia, sedação, antiemético, antibiótico profilático (se não dado em cirurgia)
Exames: hemograma, coagulação, eletrólitos, gases, enzimas cardíacas (pós-CEC ou cirurgia prolongada)
Jejum ou liberação de via oral
Cuidados específicos por tipo de cirurgia:
Cirurgia Neurocirúrgica:
Avaliação neurológica hora em hora
Manter cabeceira 30–45°
Evitar tosse, Valsalva
Monitorizar DVE se presente; manter nivel de referência
Cuidado especial com ferida: risco de hematoma extradural/subdural
Cirurgia Cardíaca:
Monitorização invasiva (PAM, PVC, débito cardíaco)
Suporte inotrópico conforme prescrição
Monitorizar débito dos drenos mediastinais
Normalizar temperatura (aquecedor de sangue, colchão térmico)
Cuidado com marca-passo transitório se implantado
Cirurgia Vascular:
Avaliar perfusão do membro operado (pulso, temperatura, cor)
Manter antitrombose conforme protocolo
Elevar membro se indicado
Cirurgia Abdominal:
Monitorizar abdômen: distensão, sensibilidade (evolução para peritonite?)
Nasogástrica com bolsa aberta ou aspiração conforme protocolo
Drenagem abdominal se presente
Cirurgia Torácica:
Avaliar ausculta pulmonar bilateralmente
Monitorizar dreno pleural (débito, tipo, oscilação)
Risco de colapso pulmonar pós-operatório
Registros obrigatórios no prontuário do CTI:
Hora de chegada, sinais vitais de recepção
Resumo cirúrgico: procedimento, duração, CEC (se aplicável)
Balanço intra-operatório: infusão, sangramento, diurese
Medicações utilizadas em cirurgia e doses
Resultados de exames intra-operatórios
Avaliação inicial, prescrições do CTI, metas
Comunicação com equipe:
Informar cirurgião de qualquer alteração nas primeiras 2-4h
Passar informações estruturadas ao próximo turno de enfermagem
Acolher acompanhantes e fornecer informações gerais sobre estado
56. Síndrome do Baixo Débito Cardíaco Pós-CEC
Objetivo: Reconhecer e intervir precocemente em hipotensão refratária pós-CEC
Sinais clínicos:
PA sistólica <90 mmHg ou PAM <60 mmHg apesar de fluidos
Débito urinário <0,5 mL/kg/h
Extremidades frias, enchimento capilar prolongado, confusão mental
Intervenções:
Aumentar inotrópicos ou adicionar novo agente (dobutamina, milrinona) conforme prescrição
Descartar tamponamento pericárdico (PVC elevada, muffled heart sounds)
Reaquecimento contínuo
Comunicar cirurgião para possível retoracotomia emergencial se suspeita de sangramento ativo
57. Complicações Pós-Operatórias Imediatas – Reconhecimento


Lista de Protocolos Operacionais Padrão (POP)
Atenção Primária de Saúde
1 Administração de medicamentos por gastrostomia e jejunostomia
2 Administração de medicamentos por SNG / SNE
3 Administração de medicamentos tópicos
4 Administração de medicamentos via auricular
5 Administração de medicamentos via intradérmica (ID)
6 Administração de medicamentos via intramuscular (IM)
7 Administração de medicamentos via intramuscular – Técnica em Z
8 Administração de medicamentos via ocular
9 Administração de medicamentos via retal
10 Administração de medicamentos via subcutânea
11 Administração de medicamentos via sublingual
12 Aferição de frequência respiratória
13 Aferição de saturação de oxigênio
14 Aferição de temperatura
15 Aferição de pressão arterial
16 Aferição do pulso
17 Alinhamento e estabilização manual da coluna cervical
18 Anteriorização da mandíbula - abertura das vias aéreas
19 Aplicação da Escala de Coma de Glasgow
20 Armazenamento, distribuição e inspeção de materiais
21 Aspiração de vias aéreas
22 Aspiração endotraqueal – Sistema Fechado (Trach Care)
23 Assistência ao parto fora do ambiente hospitalar SAMU
24 Autocateterismo vesical intermitente
25 Avaliação da reatividade pupilar
26 Avaliação do enchimento capilar
27 Calçar e retirar luvas estéreis
28 Cateterismo vesical de alívio feminino
29 Cateterismo vesical de alívio masculino
30 Cateterismo vesical de demora feminino
31 Cateterismo vesical de demora masculino
32 Cateterismo vesical de demora por cistostomia
33 Coleta de citologia
34 Coleta de escarro para Teste Molecular Rápido (TMR)
35 Coleta de swab para identificação de SARS-CoV2 ou H1N1
36 Coleta do teste do pezinho
37 Conferência de carro/caixa de emergência
38 Cuidados com o corpo pós-morte: preparo e encaminhamento
39 Curativo
40 Curativo com terapia compressiva inelástica - bota de Unna
41 Descontaminação da viatura
42 Desinfecção de nasofibroscópio
43 Desinfecção do conjunto de nebulizadores e materiais plásticos/silicone/borracha
44 Eletrocardiograma – ECG
45 Elevação do mento - abertura das vias aéreas
46 Exame clínico das mamas
47 Exame clínico das mamas gravídica e puerperal
48 Exame físico do abdome
49 Exame do pé diabético
50 Exame físico do tórax: coração
51 Exame físico obstétrico
52 Exame físico tórax: pulmão
53 Extricação rápida
54 Fricção antisséptica das mãos
55 Higienização simples das mãos
56 Higiene do coto umbilical
57 Hipodermóclise
58 Identificação do usuário através de pulseiras
59 Imobilização com o dispositivo KED
60 Imobilização dos membros com talas maleáveis
61 Instalação de cânula orofaríngea de Guedel
62 Instalação de colar cervical
63 Instalação de curativo de três pontos
64 Instalação de dispositivo EZ – IOR para punção intraóssea
65 Instalação de dispositivo supraglótico (máscara laríngea)
66 Instalação de protetor lateral de cabeça
67 Instalação máscara oxigenoterapia com reservatório
68 Lavagem intestinal
69 Lavagem intestinal via colostomia
70 Limpeza da viatura (limpeza concorrente)
71 Limpeza de autoclave
72 Limpeza e desinfecção da viatura (limpeza terminal)
73 Limpeza e desinfecção de cabos e lâminas de laringoscópio
74 Limpeza e desinfecção de caixas para transporte e armazenamento de material biológico
75 Limpeza e desinfecção de cones de otoscópio
76 Limpeza e desinfecção de máscaras de oxigenação e respiradores (ambus)
77 Limpeza e desinfecção de papagaios, comadres e bacias
78 Limpeza e desinfecção de superfícies
79 Limpeza e desinfecção de ventilador mecânico pulmonar
80 Limpeza mecânica ou manual, secagem e inspeção visual de instrumentais cirúrgicos
81 Medida da circunferência abdominal
82 Medida da estatura
83 Medida do perímetro cefálico
84 Medida do perímetro torácico
85 Medida do peso
86 Métodos / técnicas para oferecimento de complemento lácteo ao recém-nascido
87 Mistura de insulina
88 Monitorização do processo de esterilização através de indicador biológico
89 Montagem de carga na autoclave para esterilização
90 Montagem do dispositivo de sistema fechado de aspiração (Trach Care)
91 Orientações e cuidados com a terapia bota de Unna no domicílio
92 Orientações para autocateterismo vesical intermitente feminino
93 Orientações para autocateterismo vesical intermitente masculino
94 Orientações para o cuidador para cateterismo vesical intermitente
95 Orientações gerais para administração de medicamentos
96 Orientações para encaminhamento de lâmina de citologia para o laboratório
97 Precauções de isolamento
98 Precauções padrão
99 Pré-lavagem de instrumentais cirúrgicos
100 Preparo da solução de Incidin Extra N 1%
101 Preparo da solução de Surfic 1%
102 Preparo de embalagens para esterilização
103 Preparo de medicamentos a partir de ampolas, solução e frascos contendo pó
104 Pressão digital de pulso
105 Prova do laço
106 Punção arterial para coleta de sangue para análise laboratorial
107 Punção venosa periférica para coleta de sangue venoso
108 Punção venosa periférica para medicamentos e soroterapia
109 Realização de prova tuberculínica
110 Reanimação Cardiorrespiratória (RCP) em Suporte Básico de Vida (SBV) com uso do Desfibrilador Externo Automático (DEA)
111 Reprocessamento de espaçadores de inalação
112 Retirada de capacete
113 Retirada de pontos
114 Rolamento em bloco e instalação da prancha longa
115 Sondagem nasoenteral
116 Sondagem nasogástrica
117 Técnica de ordenha manual das mamas
118 Terapia de reidratação
119 Teste de microhematócrito
120 Teste de SNELLEN
121 Teste rápido de gravidez
122 Transporte de usuário em ventilação mecânica domiciliar
123 Troca de cânula de traqueostomia de plástico (PVC)
124 Troca de cânula traqueal metálica
125 Ventilação com bolsa valva-máscara (Ambu®)
126 Verificação de glicemia capilar
127 Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica
128 Paramentação e desparamentação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
129 Precauções padrão durante a assistência ao cliente
130 Consulta de enfermagem
131 Métodos propedêuticos
132 Verificação dos sinais vitais em adolescentes e adultos
133 Verificação da oximetria de pulso portátil de dedo
134 Mensuração do Índice de Massa Corpórea (IMC)
135 Mensuração da Razão Cintura Quadril (RCQ)
136 Notificação dos incidentes e eventos adversos
137 Via nasal (administração de medicamentos)
138 Realização de nebulização
139 Campanha de vacinação
140 Organização do consultório de enfermagem e sala de esterilização
141 Gerenciamento dos resíduos do serviço de saúde
142 Limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos do serviço de saúde
143 Limpeza, desinfecção, teste Bowie Dick e uso da autoclave
144 Acondicionamento e controle dos materiais esterilizados
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719: Informação e documentação – Relatório técnico e/ou científico – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 9001: Quality
management systems – Requirements. Geneva: ISO, 2015. Disponível em:
https://www.iso.org/standard/62085.html . Acesso em: 11 nov. 2025.
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 564, de 6 de novembro de 2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 155, n. 217, p. 88, 8 nov. 2017. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-nº-5642017_51440.html .
Acesso em: 11 nov. 2025.
BRASIL. Lei Federal nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7498.htm Acesso em: 11 nov. 2025.
_______. Decreto Federal nº 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D94406.htm Acesso em: 11 nov. 2025.
SOBECC. Práticas Recomendadas SOBECC: Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Materiais e Esterilização. 6 ed. São Paulo: 2013.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Guidelines for Safe Surgery 2016:
safe surgery saves lives. Geneva: WHO, 2016. Disponível em:
https://www.who.int/publications/i/item/9789241598552 .Acesso em: 11 nov. 2025.
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