Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde
A gestão da qualidade em serviços de saúde vai muito além do cumprimento de normas. Trata-se de uma transformação organizacional que coloca o paciente no centro de todas as decisões e processos. Uma instituição que investe em qualidade reduz custos operacionais, melhora indicadores clínicos, aumenta a satisfação de pacientes e profissionais, e conquista a confiança do mercado. Na saúde, qualidade significa segurança. Significa processos confiáveis, profissionais capacitados, comunicação efetiva e cultura organizacional que valoriza a melhoria contínua. Seja você está iniciando uma jornada de transformação ou buscando evoluir para certificação de acreditação, uma estratégia bem estruturada de gestão da qualidade é essencial. Apresentamos aqui metodologias, ferramentas práticas e soluções integradas para implementar gestão de qualidade em sua instituição, desde o diagnóstico inicial até a manutenção de padrões de excelência
(CUNHA, 2025).
10/30/202522 min read


Direcionamento Estratégico para Conquistar Certificação Hospitalar ONA
Introdução
A certificação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) representa um marco de excelência para instituições de saúde no Brasil, demonstrando compromisso com a qualidade assistencial e a segurança do paciente. A metodologia ONA é reconhecida internacionalmente pela International Society for Quality in Health Care (ISQua) e constitui a única metodologia brasileira que permite certificação por níveis progressivos. Este guia apresenta uma estratégia completa para hospitais que buscam conquistar e manter a acreditação ONA.
Entendendo os Níveis de Acreditação ONA
A acreditação ONA é estruturada em três níveis progressivos, cada um representando um grau crescente de maturidade organizacional:
Nível 1 - Acreditado (Princípio: Segurança)
Este nível inicial foca na segurança em todos os processos organizacionais. A instituição deve atender a critérios básicos de segurança para pacientes e profissionais, cumprindo ou superando 80% ou mais dos padrões de qualidade e segurança definidos pela ONA, além de 90% dos requisitos CORE (requisitos de maior peso e relevância). O certificado tem validade de dois anos, com visitas de manutenção obrigatórias aos 8 e 16 meses após a homologação.
Nível 2 - Acreditado Pleno (Princípio: Gestão Integrada)
Além de manter os requisitos do Nível 1, a organização deve demonstrar gestão integrada, com processos fluindo de maneira integrada e plena comunicação entre as atividades. Requer cumprimento de 80% ou mais dos padrões de gestão integrada, além dos requisitos CORE. O certificado também é válido por dois anos.
Nível 3 - Acreditado com Excelência (Princípio: Excelência em Gestão)
O nível mais alto exige que a organização atenda aos três critérios: 90% ou mais dos padrões de qualidade e segurança; 80% ou mais dos padrões de gestão integrada; e 80% ou mais dos padrões de excelência em gestão, demonstrando cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. O certificado é válido por três anos.
Pré-Requisitos e Elegibilidade
Antes de iniciar o processo de certificação, a instituição deve garantir que atende aos requisitos mínimos de elegibilidade estabelecidos pela ONA:
Estar legalmente constituída há pelo menos um ano
Possuir alvará de funcionamento atualizado
Ter licença sanitária vigente
Dispor de todas as licenças pertinentes à natureza da atividade
Ter registro atualizado do responsável técnico conforme o perfil da organização
Documentação regularizada (CNPJ, registros oficiais em conformidade com as leis brasileiras)
Cronograma e Fases do Processo
O processo completo até a obtenção da certificação varia significativamente conforme a maturidade organizacional, modelo de gestão, disponibilidade orçamentária e cultura de qualidade da instituição. Estima-se que o processo leve entre seis meses a dois anos.
Fase 1: Decisão e Planejamento Estratégico (1-2 meses)
Definição da certificação ONA como eixo estratégico institucional
Estabelecimento de objetivos e metas no planejamento estratégico
Formação do comitê gestor da qualidade
Alocação de recursos financeiros e humanos
Comunicação institucional sobre o projeto
Fase 2: Diagnóstico Organizacional (2-3 meses)
O diagnóstico organizacional é facultativo, mas altamente recomendado. Consiste em uma avaliação prévia realizada por uma Instituição Acreditadora Credenciada (IAC) que simula o processo de acreditação, identificando gaps e necessidades de adequação. Os resultados geram uma Declaração de Diagnóstico Organizacional emitida pela ONA, servindo como base para o planejamento das ações corretivas.
Fase 3: Escolha da Instituição Acreditadora Credenciada - IAC e Contratação (1 mês) –
DNV Business Assurance Avaliações e Certificações Brasil;
A4Quality Healthcare - Auditoria e Certificação Ltda;
AQIPS Soluções;
Falcão Bauer Certificações e Inspeções;
Fundação Carlos Alberto Vanzolini – FCAV;
Infinity Accredita;
Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde – IBES;
Instituto de Acreditação Hospitalar e Certificação em Saúde – IAHCS;
Instituto de Planejamento e Pesquisa para Acreditação em Serviços de Saúde – IPASS;
Instituto Qualisa de Gestão – IQG;
Instituto Educque de Prestação de Serviços e Educação, Qualidade e Certificação em Saúde LTDA;
NCC Certificações do Brasil Ltda;
QMS CERTIFICATION;
TÜV NORD Brasil Avaliações da Qualidade LTDA
Critérios para escolha da IAC:
Experiência no setor de atuação da instituição
Análise comparativa de orçamentos e prazos
Referências de outras instituições certificadas
Qualidade do serviço prestado
Fase 4: Implementação e Adequações (6-18 meses)
Esta é a fase mais extensa e crítica, envolvendo adequações estruturais, processuais e culturais:
Revisão e mapeamento de todos os processos organizacionais
Implementação de protocolos e procedimentos operacionais padrão
Treinamento intensivo das equipes
Adequações estruturais e de infraestrutura
Implementação de indicadores de qualidade
Realização de auditorias internas
Desenvolvimento da cultura de segurança do paciente
Fase 5: Inscrição no Sistema ONA (1 mês)
Após firmado o contrato com a IAC, esta realizará a inscrição da instituição no Sistema ONA. O cliente terá um prazo para confirmar e efetivar a solicitação de acreditação no sistema.
Fase 6: Visita de Avaliação para Certificação (1 mês)
A IAC agenda com a instituição a data de avaliação. A ONA emite uma taxa de avaliação (os valores variam conforme o porte e tipo de serviço). A IAC realiza a avaliação in loco, aplicando o Manual Brasileiro de Acreditação versão vigente.
Fase 7: Análise e Homologação (1 mês)
Após a avaliação, a IAC elabora um relatório que é enviado ao Sistema ONA. Este relatório passa por análise do Comitê de Certificação e pela Análise Técnica ONA. A ONA tem prazo de 30 dias para analisar, homologar e encaminhar os certificados de acreditação à IAC.
Estrutura de Governança para Acreditação
A implementação bem-sucedida da certificação ONA requer uma estrutura de governança clara e bem definida:
Comitê Gestor da Qualidade
Responsável por coordenar todas as ações relacionadas à acreditação, composto por representantes da alta direção, gestores de qualidade, lideranças médicas e de enfermagem.
Núcleo de Segurança do Paciente (NSP)
Obrigatório conforme legislação brasileira, trabalha para minimizar riscos e danos aos pacientes, promovendo cultura de segurança e gerenciando incidentes.
Comissões Obrigatórias
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): Planeja, executa e monitora ações de prevenção e controle de infecções
Comissão de Ética Médica (CEM): Fiscaliza o exercício ético da medicina
Comissão de Revisão de Prontuários (CRP): Garante qualidade dos registros
Comissão de Farmácia e Terapia: Gerencia uso seguro de medicamentos
Times Temáticos por Seção do Manual ONA
Equipes multidisciplinares responsáveis por cada seção do Manual ONA (Gestão e Liderança, Atenção ao Paciente, Diagnóstico, Apoio Técnico, Abastecimento e Apoio Logístico).
Checklist Completo para Certificação ONA Nível 1
Este checklist abrangente cobre os principais requisitos do Manual ONA para o Nível 1 (Acreditado), organizados por seções.
Seção 1: Gestão e Liderança
1.1 Liderança
Missão, visão e valores institucionais definidos e divulgados
Planejamento estratégico documentado e atualizado
Estrutura organizacional definida com organograma
Regimento interno formalizado
Definição clara de responsabilidades e autoridades
Sistema de comunicação interna efetivo
1.2 Gestão da Qualidade e Segurança
Política de qualidade e segurança documentada
Programa de gestão de riscos implementado
Mapeamento de processos críticos realizado
Sistema de gerenciamento de eventos adversos
Plano de Segurança do Paciente implantado
Protocolos de segurança do paciente implementados
Cultura de notificação de incidentes estabelecida
1.3 Gestão de Pessoas
Processos de recrutamento e seleção documentados
Programa de integração de novos colaboradores
Descrição de cargos e competências definidas
Plano de educação continuada e capacitação
Avaliação de desempenho institucionalizada
Registro de treinamentos e capacitações
Dimensionamento de pessoal adequado
1.4 Gestão da Informação
Sistema de prontuário eletrônico ou físico padronizado
Política de segurança da informação
Controle de acesso às informações
Backup de dados implementado
Rastreabilidade das informações garantida
1.5 Gestão de Suprimentos
Procedimentos de aquisição documentados
Qualificação de fornecedores estabelecida
Controle de estoque implementado
Rastreabilidade de materiais e medicamentos
Gestão de almoxarifado padronizada
1.6 Gestão da Infraestrutura
Plano diretor de infraestrutura definido
Programa de manutenção preventiva e corretiva
Gestão de equipamentos médicos
Controle de temperatura e umidade em áreas críticas
Plano de contingência para falhas de infraestrutura
1.7 Gestão Ambiental e Sustentabilidade
Plano de gerenciamento de resíduos de saúde (PGRSS)
Segregação adequada de resíduos
Destinação correta de resíduos perigosos
Programa de uso racional de recursos
1.8 Gestão da Segurança Patrimonial
Controle de acesso às instalações
Sistema de vigilância implementado
Controle de bens patrimoniais
Seção 2: Atenção ao Paciente/Cliente
2.1 Acesso e Continuidade do Cuidado
Critérios de admissão, transferência e alta definidos
Sistema de agendamento organizado
Processo de referência e contrarreferência estruturado
Mecanismos de comunicação com rede de atenção
2.2 Avaliação e Assistência ao Paciente
Protocolo de avaliação inicial do paciente
Anamnese e exame físico padronizados
Plano de cuidados individualizado
Reavaliação periódica documentada
Registro completo em prontuário
2.3 Cuidados Especializados
Protocolos clínicos baseados em evidências
Diretrizes para cuidados de enfermagem
Protocolos multiprofissionais (fisioterapia, nutrição, psicologia)
Assistência farmacêutica estruturada
2.4 Anestesia e Cirurgia
Avaliação pré-anestésica padronizada
Checklist de cirurgia segura implementado
Protocolo de marcação de lateralidade
Contagem de materiais cirúrgicos
Registro anestésico completo
Monitorização pós-anestésica
2.5 Cuidados de Alto Risco
Protocolo de medicamentos de alta vigilância
Protocolo de prevenção de quedas
Protocolo de prevenção de lesões por pressão
Protocolo de contenção mecânica
Protocolo de emergência/parada cardiorrespiratória
2.6 Educação do Paciente e Família
Orientações sobre direitos e deveres do paciente
Educação sobre diagnóstico e tratamento
Orientações de alta estruturadas
Material educativo disponível
Seção 3: Diagnóstico
3.1 Serviços de Laboratório
Procedimentos pré-analíticos, analíticos e pós-analíticos documentados
Controle de qualidade interno e externo
Validação de exames críticos
Tempo de liberação de resultados monitorado
Rastreabilidade de amostras
3.2 Serviços de Imagem
Protocolos de proteção radiológica
Manutenção de equipamentos de imagem
Controle de qualidade de imagens
Laudos padronizados e assinados
3.3 Outros Métodos Diagnósticos
Procedimentos para métodos invasivos
Protocolo de consentimento informado
Preparo do paciente padronizado
Seção 4: Apoio Técnico
4.1 Serviços de Hemoterapia
Procedimentos de coleta, armazenamento e transfusão
Identificação e rastreabilidade de hemocomponentes
Protocolo de reações transfusionais
Hemovigilância estabelecida
4.2 Serviços de Nutrição
Avaliação nutricional padronizada
Plano de cuidado nutricional individualizado
Controle de dietas especiais
Segurança alimentar garantida
4.3 Serviços de Farmácia
Sistema de prescrição padronizado
Dispensação segura de medicamentos
Reconciliação medicamentosa
Farmacovigilância ativa
Armazenamento adequado de medicamentos
4.4 Serviços de Reabilitação
Avaliação funcional do paciente
Plano terapêutico individualizado
Registro das intervenções realizadas
Seção 5: Abastecimento e Apoio Logístico
5.1 Centro de Material e Esterilização (CME)
Fluxo unidirecional estabelecido
Protocolo de limpeza, desinfecção e esterilização
Controle de qualidade da esterilização
Rastreabilidade de instrumentais
Armazenamento adequado de materiais estéreis
5.2 Serviços de Lavanderia
Segregação de roupas limpas e sujas
Processo de lavagem padronizado
Controle de qualidade da roupa limpa
Armazenamento adequado
5.3 Serviços de Higienização
Protocolos de limpeza por área
Padronização de produtos de limpeza
Treinamento de equipe de limpeza
Monitoramento da qualidade da limpeza
5.4 Gerenciamento de Resíduos
Classificação adequada dos resíduos
Segregação na fonte
Armazenamento temporário adequado
Transporte interno seguro
Destinação final conforme legislação
Requisitos Transversais Essenciais das Seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente
Meta 1: Identificação Correta do Paciente
Uso de pulseira de identificação com pelo menos dois identificadores
Verificação ativa antes de procedimentos
Protocolo para pacientes sem identificação
Meta 2: Comunicação Efetiva
Padronização de passagem de plantão
Protocolo de comunicação de resultados críticos
Uso de técnicas de comunicação estruturadas (SBAR, read-back)
Registro adequado em prontuário
Meta 3: Segurança na Prescrição e Administração de Medicamentos
Aplicação dos "9 certos" da medicação
Controle de medicamentos de alta vigilância
Dupla checagem para medicamentos críticos
Protocolo de diluição de medicamentos
Meta 4: Cirurgia Segura
Checklist de cirurgia segura (WHO Surgical Safety Checklist)
Marcação de lateralidade
Confirmação de paciente, procedimento e sítio cirúrgico
Pausa cirúrgica (time-out)
Meta 5: Higienização das Mãos
Disponibilidade de insumos para higiene das mãos
Técnica de higienização padronizada
Monitoramento de adesão à higiene das mãos
Campanhas educativas regulares
Meta 6: Redução do Risco de Quedas
Avaliação de risco de queda para todos os pacientes
Identificação visual de pacientes de risco
Medidas preventivas implementadas
Notificação e análise de quedas
Ferramentas da Qualidade Essenciais
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) documentados
Fluxogramas de processos críticos
Planos de Ação (5W2H) para não conformidades
Indicadores de qualidade definidos e monitorados
Ciclo PDCA implementado
Auditorias internas regulares
Documentação Necessária
A documentação é a espinha dorsal da acreditação ONA. Abaixo está a relação completa dos documentos essenciais organizados por categoria.
Documentos Institucionais Básicos
Documentação Legal e Regulatória
CNPJ e Contrato Social atualizado
Alvará de Funcionamento vigente
Licença Sanitária atualizada
Licenças específicas (Vigilância Sanitária, CNEN para radioterapia, etc.)
Registro do Responsável Técnico atualizado
Certificado de regularidade do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde)
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)
Licença ambiental quando aplicável
Documentos Estratégicos
Missão, Visão e Valores institucionais
Planejamento Estratégico (mínimo 3 anos)
Organograma institucional atualizado
Regimento Interno
Estatuto ou Contrato Social
Política de Qualidade e Segurança
Políticas e Diretrizes Institucionais
Política de Segurança do Paciente
Política de Gerenciamento de Riscos
Política de Comunicação Interna
Política de Educação Continuada
Política de Gestão de Pessoas
Política de Segurança da Informação
Política Ambiental e de Sustentabilidade
Política de Humanização
Política de Gestão de Equipamentos
Política de Ética e Compliance
Programas e Planos Institucionais
Plano de Segurança do Paciente
Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS)
Programa de Manutenção Preventiva e Corretiva
Plano de Contingência e Emergência
Programa de Educação Continuada
Plano de Capacitação Anual
Programa de Qualidade de Vida no Trabalho
Protocolos Clínicos e Assistenciais
Protocolos Obrigatórios (Metas de Segurança)
Protocolo de Identificação do Paciente
Protocolo de Comunicação Efetiva
Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos
Protocolo de Cirurgia Segura
Protocolo de Higiene das Mãos
Protocolo de Prevenção de Quedas
Protocolo de Prevenção de Lesões por Pressão
Outros Protocolos Essenciais
Protocolo de Acolhimento e Avaliação Inicial
Protocolo de Transferência e Alta
Protocolo de Contenção Mecânica
Protocolo de Manejo da Dor
Protocolo de Cuidados Paliativos
Protocolo de Prevenção de Tromboembolismo Venoso
Protocolo de Sepse
Protocolo de AVC
Protocolo de Infarto Agudo do Miocárdio
Protocolo de Parada Cardiorrespiratória
Protocolo de Transporte Intra e Inter-hospitalar
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
Os POPs são documentos fundamentais que descrevem detalhadamente como executar cada tarefa. Devem conter: objetivo, materiais necessários, responsáveis, descrição detalhada das etapas, cuidados especiais, referências e data de revisão.
POPs por Área (exemplos essenciais):
Enfermagem:
Admissão, transferência e alta de pacientes
Verificação de sinais vitais
Administração de medicamentos
Punção venosa periférica e central
Passagem de sonda nasogástrica/nasoenteral
Cateterismo vesical
Curativos e cuidados com feridas
Prevenção de lesões por pressão
Banho no leito
Registros de enfermagem
Medicina:
Anamnese e exame físico
Prescrição médica
Evolução clínica
Solicitação de exames
Procedimentos invasivos
Comunicação de óbito
Preenchimento de atestados e laudos
Laboratório:
Coleta de amostras
Identificação e rastreabilidade de amostras
Transporte de amostras
Realização de exames
Validação de resultados
Comunicação de resultados críticos
Controle de qualidade
Imagem:
Preparo do paciente
Realização de exames
Proteção radiológica
Controle de qualidade de equipamentos
Emissão de laudos
Centro Cirúrgico:
Preparo da sala cirúrgica
Checklist de cirurgia segura
Contagem de materiais
Descarte de peças anatômicas
Limpeza terminal
CME (Central de Material Esterilizado):
Recepção e limpeza de materiais
Inspeção e empacotamento
Esterilização (autoclave, óxido de etileno, plasma)
Controles biológicos e químicos
Armazenamento e distribuição
Farmácia:
Recebimento e armazenamento de medicamentos
Dispensação de medicamentos
Preparo de medicamentos (diluição, fracionamento)
Controle de medicamentos de alta vigilância
Gestão de medicamentos termolábeis
Farmacovigilância
Documentos de Gestão de Pessoas
Descrição de cargos e competências
Processos seletivos (editais, provas, entrevistas)
Contratos de trabalho
Fichas de admissão com integração/treinamento admissional
Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
Avaliações de desempenho
Matriz de treinamentos
Registros de capacitações e certificados
Dimensionamento de pessoal por setor
Escalas de trabalho
Documentos de Gestão de Riscos
Mapa de Riscos institucional
Matriz de Riscos por processo
Planos de Contenção e Contingência
Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA/HFMEA)
Relatórios de Análise de Causa Raiz (ACR)
Notificações de eventos adversos
Atas de discussão de eventos sentinela
Planos de Ação corretivos e preventivos
Indicadores de Qualidade e Segurança
A ONA exige que as instituições definam, monitorem e analisem indicadores de qualidade. Documentação necessária:
Fichas técnicas de indicadores (definição, fórmula, meta, fonte de dados, responsável)
Planilhas de coleta de dados
Gráficos de acompanhamento mensal
Relatórios de análise crítica
Planos de ação para indicadores fora da meta
Exemplos de indicadores essenciais:
Taxa de infecção hospitalar (por sítio)
Taxa de queda de pacientes
Taxa de lesão por pressão
Taxa de ocupação
Tempo médio de permanência
Taxa de readmissão em 30 dias
Taxa de eventos adversos relacionados a medicamentos
Adesão à higiene das mãos
Taxa de completude de prontuários
Índice de satisfação do paciente
Absenteísmo e rotatividade de funcionários
Documentos de Comissões e Núcleos
CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar)
Regimento interno da CCIH
Atas de reuniões mensais
PCIH (Programa de Controle de Infecção Hospitalar)
Relatórios de vigilância epidemiológica
Análise de surtos
Planos de ação para controle de infecções
Núcleo de Segurança do Paciente
Regimento do NSP
Atas de reuniões
Relatórios de análise de incidentes
Boletins de segurança do paciente
Campanhas de sensibilização
Comissão de Ética Médica e de Enfermagem
Regimento interno
Atas de reuniões
Pareceres emitidos
Processos disciplinares (quando aplicável)
Comissão de Revisão de Prontuários
Regimento interno
Fichas de avaliação de prontuários
Relatórios de conformidade
Planos de melhoria
Documentos de Auditorias
Cronograma anual de auditorias internas
Relatórios de auditorias internas
Planos de ação para não conformidades
Registros de follow-up de ações corretivas
Relatórios de auditorias externas (Vigilância Sanitária, etc.)
Registros Assistenciais
Prontuários completos (anamnese, evolução, prescrições, resultados de exames)
Registros de enfermagem
Folhas de sinais vitais
Balanço hídrico
Registros de administração de medicamentos
Formulários de consentimento informado
Ficha de cirurgia segura preenchida
Relatórios de anestesia
Descrições cirúrgicas
Relatórios de intercorrências
Documentos de Fornecedores e Contratos
Cadastro de fornecedores qualificados
Certificados de qualidade de produtos
Contratos de prestação de serviços
Avaliação de desempenho de fornecedores
Certificado de Boas Práticas de Fabricação (quando aplicável)
Rastreabilidade de produtos implantáveis
Evidências de Manutenção e Calibração
Inventário de equipamentos médicos
Plano de manutenção preventiva
Registros de manutenções realizadas
Certificados de calibração
Contratos de manutenção
Ordens de serviço
Documentos de Gestão Ambiental
PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos)
Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR)
Certificados de destinação final
Relatórios de pesagem de resíduos
Licenças ambientais
Programa de Treinamento e Capacitação de Equipes
O treinamento das equipes é um dos pilares fundamentais para o sucesso da certificação ONA. Profissionais capacitados são essenciais para a implementação e manutenção dos padrões de qualidade e segurança.
Estrutura do Programa de Educação Continuada
Princípios Norteadores:
Alinhamento com a estratégia organizacional
Foco na segurança do paciente e qualidade assistencial
Desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Avaliação de efetividade dos treinamentosResponsabilidades:
Setor de Educação Continuada/RH: planejamento, execução e avaliação
Lideranças: identificação de necessidades e acompanhamento
Comitê da Qualidade: treinamentos sobre metodologia ONA
Núcleo de Segurança do Paciente: capacitações sobre segurança
Matriz de Treinamentos Obrigatórios
Treinamento Admissional (Integração) - 8h
Aplicado a todos os novos colaboradores antes de iniciarem atividades:
Apresentação institucional (missão, visão, valores)
Cultura de qualidade e segurança
Estrutura organizacional
Normas e regulamentos internos
Direitos e deveres dos colaboradores
Biossegurança básica
Prevenção de acidentes de trabalho
Introdução aos protocolos de segurança do paciente
Formação de Multiplicadores do Sistema Brasileiro de Acreditação ONA - 8h
Destinado a líderes e profissionais-chave:
Sistema Brasileiro de Acreditação
Metodologia ONA e estrutura do Manual
Níveis de acreditação
Seções e subseções do Manual (visão geral)
Requisitos CORE
Processo de avaliação
Benefícios da acreditação
Interpretação do Manual ONA (por seção) - 16h cada
Treinamento aprofundado para equipes responsáveis por cada seção:
MA 1: Gestão e Liderança
MA 2: Atenção ao Paciente-Cliente
MA 3: Diagnóstico
MA 4: Apoio Técnico
MA 5: Abastecimento e Apoio LogísticoConteúdo por seção: requisitos detalhados, evidências necessárias, práticas recomendadas, estudo de casos
Formação de Avaliador Interno para Acreditação OPSS - 24h
Capacita profissionais para realizarem auditorias internas:
Metodologia de avaliação ONA
Técnicas de auditoria interna
Interpretação de requisitos
Coleta de evidências
Elaboração de relatórios de auditoria
Comunicação de não conformidades
Práticas de auditoria (simulações)
Gestão de Riscos em Saúde - 8h
Conceitos de gestão de riscos
Identificação e análise de riscos
Mapeamento de processos
Ferramentas de análise de risco (FMEA, matriz de risco)
Planos de mitigação e contingência
Monitoramento de riscos
Ferramentas da Qualidade - 8h
Ciclo PDCA
Brainstorming
Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe)
5 Porquês
Diagrama de Pareto
Fluxograma
5W2H
Matriz GUT
FMEA/HFMEA
Folha de verificação.
Segurança do Paciente - Módulo Básico - 4h
Obrigatório para todos os profissionais:
Conceitos fundamentais de segurança do paciente
Cultura de segurança
Classificação de incidentes
Cultura justa (cultura não punitiva)
Notificação de incidentes
Aprendizado com os erros
Trabalho em equipe
Seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente - 8h
Treinamento detalhado sobre cada meta:
Meta 1: Identificação do Paciente - 1,5h
Importância da identificação correta
Uso correto de pulseiras de identificação
Verificação ativa (conferência de identificadores)
Situações especiais (RN, pacientes inconscientes)
Meta 2: Comunicação Efetiva - 1,5h
Barreiras à comunicação
Técnicas de comunicação estruturada (SBAR, ISBAR)
Passagem de plantão segura
Comunicação de resultados críticos
Read-back e check-back
Meta 3: Segurança de Medicamentos - 2h
Os 9 certos da medicação
Medicamentos de alta vigilância
Dupla checagem
Reconciliação medicamentosa
Prevenção de erros de medicação
Meta 4: Cirurgia Segura - 1,5h
Checklist de cirurgia segura (WHO)
Marcação de lateralidade
Time-out (pausa cirúrgica)
Contagem de materiais
Comunicação em centro cirúrgico
Meta 5: Higiene das Mãos - 1h
Os 5 momentos da higiene das mãos
Técnica correta de higienização
Fricção com álcool vs. lavagem com água e sabão
Importância da adesão
Meta 6: Prevenção de Quedas - 1,5h
Fatores de risco para quedas
Avaliação de risco
Medidas preventivas
Comunicação de risco
Manejo pós-queda
Protocolos Específicos - 2-4h cada
Treinamentos específicos conforme a área de atuação:
Protocolo de Prevenção de Lesões por Pressão
Protocolo de Contenção Mecânica
Protocolo de Sepse
Protocolo de Parada Cardiorrespiratória
Protocolo de AVC
Protocolo de Tromboembolismo Venoso
Outros protocolos institucionais
Higienização e Controle de Infecção - 4h
Para todos os profissionais assistenciais:
Cadeia de transmissão de infecções
Precauções padrão
Precauções específicas (contato, gotículas, aerossóis)
Uso correto de EPIs
Limpeza e desinfecção de superfícies
Processamento de materiais
Elaboração e Revisão de POPs - 4h
Para líderes e redatores de documentos:
Estrutura de um POP
Metodologia de elaboração
Linguagem clara e objetiva
Validação de POPs
Controle de versões
Revisões periódicasGestão de Indicadores - 4h
Para gestores e profissionais da qualidade:
Conceitos de indicadores
Tipos de indicadores (estrutura, processo, resultado)
Elaboração de fichas técnicas
Coleta e análise de dados
Apresentação de resultados
Planos de ação baseados em indicadores
Prontuário do Paciente - 3h
Para profissionais que realizam registros:
Importância do prontuário completo
Aspectos legais dos registros
SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação, Plano)
Anotações de enfermagem
Evolução médica
Correção de erros nos registros
Sigilo e confidencialidade
Teamstepps (Estratégias e Ferramentas para Aprimorar o Desempenho e a Segurança do Paciente em Equipes)- 8h
Programa baseado em evidências para melhoria do trabalho em equipe:
Estrutura do TeamSTEPPS
Liderança de equipe
Monitoramento mútuo
Apoio mútuo
Comunicação estruturada
Ferramentas práticas (briefing, debriefing, huddle)
Simulações Práticas - 4-8h
Treinamentos práticos para situações críticas:
Simulação de parada cardiorrespiratória
Simulação de cirurgia segura
Simulação de comunicação em passagem de plantão
Simulação de atendimento a pacientes críticos
Simulação de gerenciamento de crises
Humanização e Ética - 4h
Princípios da humanização em saúde
Relacionamento com pacientes e familiares
Comunicação empática
Manejo de conflitos
Ética profissional
Dilemas éticos
Atualização em Acreditação ONA - 4h (anual)
Treinamento de reciclagem para manter equipes atualizadas:
Atualizações do Manual ONA
Novas evidências em segurança do paciente
Lições aprendidas de auditorias
Melhores práticas
Resultados de indicadores institucionais
Metodologias de Ensino
Para maximizar a efetividade dos treinamentos, recomenda-se utilizar metodologias ativas:
Presenciais:
Aulas expositivas dialogadas
Estudos de caso
Discussões em grupo
Role-playing (dramatização)
Simulações realísticas
Oficinas práticas
Visitas técnicas
EaD (Educação a Distância):
Vídeos educativos
Módulos interativos
Fóruns de discussão
Quizzes e avaliações online
Webinars ao vivo
No local de trabalho:
Treinamento on-the-job
Mentoria e preceptoria
Rounds educativos
Campanhas temáticas
Posters e materiais educativos
Estratégias de Engajamento
O engajamento das equipes é fundamental para o sucesso da acreditação:
Comunicação Transparente:
Explicar os benefícios da acreditação para instituição e profissionais
Compartilhar avanços e conquistas
Divulgar resultados de indicadores
Criar canais de comunicação abertos
Reconhecimento e Incentivos:
Programas de reconhecimento para equipes que atingem metas
Certificados de participação em treinamentos
Divulgação de boas práticas
Valorização de multiplicadores
Feedback Contínuo:
Pesquisas de clima organizacional
Avaliações de treinamentos
Caixas de sugestões
Reuniões participativas
Envolvimento em decisões
Liderança Engajada:
Apoio visível da alta direção
Líderes como modelos de comportamento
Investimento em desenvolvimento de lideranças
Responsabilização e empoderamento
Registro e Monitoramento de Treinamentos
É essencial manter registros completos de todas as capacitações:
Registros Individuais:
Ficha de treinamento por colaborador
Certificados de participação
Avaliações de aprendizado
Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
Registros Institucionais:
Cronograma anual de treinamentos
Listas de presença
Conteúdo programático
Material didático utilizado
Avaliações de reação (satisfação)
Avaliações de efetividade
Taxa de cobertura de treinamentos obrigatórios
Indicadores de Educação:
Número de horas de treinamento por colaborador/ano
Taxa de participação em treinamentos obrigatórios
Índice de satisfação com treinamentos
Percentual de colaboradores com treinamento admissional completo
Número de multiplicadores formados
Avaliação de Efetividade
A avaliação da efetividade dos treinamentos pode seguir o modelo de Kirkpatrick:
Nível 1 - Reação:
Avaliação de satisfação imediatamente após o treinamento (questionários)
Nível 2 - Aprendizado:
Avaliação de conhecimentos adquiridos (testes pré e pós-treinamento)
Nível 3 - Comportamento:
Observação de mudanças no comportamento no trabalho (auditorias, observação direta)
Nível 4 - Resultados:
Impacto nos indicadores institucionais (redução de eventos adversos, melhoria de indicadores)
Custos e Investimentos
A busca pela acreditação ONA envolve investimentos que devem ser planejados cuidadosamente.
Principais Custos Envolvidos
Taxa de Avaliação ONA:
A ONA cobra taxas para o processo de avaliação, que variam conforme o tipo e porte da instituição:
Hospitais
Serviços não hospitalares
Certificação única
Contratação da Instituição Acreditadora Credenciada - IAC:
As Instituições Acreditadoras Credenciadas cobram pelos serviços de avaliação. Os valores variam conforme a IAC escolhida, mas geralmente incluem:
Diagnóstico organizacional (quando aplicável): variável
Avaliação para certificação: variável
Visitas de manutenção: valores reduzidos
Consultoria (opcional):
Muitas instituições optam por contratar consultorias especializadas para auxiliar na preparação. Custos variáveis conforme escopo e duração do trabalho.
Adequações Estruturais e de Infraestrutura:
Reformas e adaptações físicas
Sinalização de segurança
Aquisição de equipamentos
Melhorias em sistemas de climatização, elétrica, hidráulica
Investimento em tecnologia da informação
Treinamento e Capacitação:
Contratação de instrutores externos
Desenvolvimento de material didático
Custos de deslocamento para treinamentos
Horas de trabalho dedicadas a treinamentos
Elaboração de Documentação:
Horas de profissionais dedicadas à elaboração de protocolos, políticas
Revisão técnica de documentos
Diagramação e impressão
Software de Gestão da Qualidade:
Sistemas como 8Quali, Sigquali e outros auxiliam no gerenciamento de processos, documentos, indicadores e não conformidades. Custos de licenciamento variam conforme funcionalidades.
Auditorias Internas:
Treinamento de auditores internos
Horas dedicadas a auditorias
Indicadores e Monitoramento:
Sistema de coleta e análise de dados
Horas de profissionais dedicadas ao monitoramento
Análise Custo-Benefício
Embora os custos iniciais possam ser significativos, a acreditação traz benefícios que compensam o investimento a médio e longo prazo:
Benefícios Financeiros:
Redução de custos operacionais pela melhoria de processos
Redução de desperdícios e retrabalho
Negociação de melhores valores com operadoras de saúde
Maior competitividade no mercado
Redução de custos com eventos adversos (menor tempo de internação, menos litígios)
Benefícios Assistenciais:
Aumento da segurança do paciente
Melhoria da qualidade assistencial
Maior satisfação dos pacientes
Redução de eventos adversos
Melhoria nos indicadores clínicos
Benefícios Organizacionais:Melhoria da imagem institucional
Maior confiança de pacientes e profissionais
Cultura de melhoria contínua
Processos padronizados e integrados
Maior satisfação e engajamento dos colaboradores
Redução de rotatividade de pessoal
Perspectiva de Investimento:
A acreditação deve ser vista como investimento estratégico, não como custo. Estudos demonstram retorno positivo após a implementação, com redução significativa de custos operacionais e melhoria de resultados.
Estratégias para Implementação Bem-Sucedida
Fatores Críticos de Sucesso
Comprometimento da Alta Direção:
O apoio visível e ativo da alta liderança é essencial. A direção deve estabelecer a acreditação como prioridade estratégica.
Cultura Organizacional de Qualidade:
Desenvolver cultura que valorize segurança, transparência, aprendizado com erros e melhoria contínua.
Equipe Dedicada:
Designar profissionais com dedicação exclusiva ou prioritária para coordenar o processo.
Comunicação Efetiva:
Manter todos informados sobre objetivos, avanços e desafios através de múltiplos canais.
Engajamento de Lideranças Intermediárias:
Coordenadores e gerentes são fundamentais para disseminar a cultura e engajar equipes.
Planejamento Realista:
Estabelecer cronograma factível considerando recursos disponíveis e maturidade organizacional.
Gestão de Mudanças:
Reconhecer que a acreditação implica mudança cultural e comportamental, requerendo estratégias específicas de gestão de mudanças.
Foco em Resultados:
Utilizar indicadores para monitorar progresso e demonstrar benefícios tangíveis da acreditação.
Superando Desafios Comuns
Resistência das Equipes:
Comunicar claramente os benefícios
Envolver profissionais nas decisões
Celebrar pequenas conquistas
Oferecer suporte adequado
Excesso de Burocracia:
Equilibrar documentação necessária com praticidade
Utilizar sistemas eletrônicos
Revisar periodicamente processos para simplificação
Dificuldade em Manter Indicadores:
Automatizar coleta de dados quando possível
Definir indicadores factíveis e relevantes
Capacitar equipes em gestão de indicadores
Limitações Orçamentárias:
Priorizar investimentos com maior impacto
Buscar parcerias e financiamentos
Implementação por fases
Otimizar uso de recursos existentes
Dificuldade de Comunicação:
Implementar ferramentas estruturadas de comunicação
Treinamentos específicos em comunicação efetiva
Padronizar processos de passagem de informação
Manutenção da Certificação
Conquistar a acreditação é apenas o início. Mantê-la requer esforço contínuo.
Visitas de Manutenção
Instituições acreditadas nos Níveis 1 e 2 recebem visitas de manutenção obrigatórias aos 8 e 16 meses após homologação. No Nível 3, as visitas ocorrem em intervalos estabelecidos pela ONA. Essas visitas verificam se os padrões continuam sendo atendidos e se há evolução nos indicadores.
Ciclo de Melhoria Contínua
A metodologia ONA é fundamentada na melhoria contínua. As instituições devem:
Monitorar continuamente indicadores
Realizar auditorias internas regulares
Analisar criticamente resultados
Implementar ações de melhoria
Revisar e atualizar documentos
Manter treinamentos regulares
Recertificação
Ao final do período de validade do certificado, a instituição passa por nova avaliação completa para recertificação. Este é o momento de buscar evolução para níveis superiores (upgrade).
Ferramentas e Recursos de Apoio
Manuais e Documentos ONA
Manual para Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde (OPSS) - versão vigente
Manual Brasileiro de Acreditação: Serviços Odontológicos
Manual Brasileiro de Acreditação: Serviços para a Saúde - Selo de Qualificação ONA
Normas Orientadoras (disponíveis no portal ONA)
Estes manuais podem ser adquiridos na loja oficial da ONA.
Cursos e Capacitações ONA
A ONA oferece através da plataforma ONA Educare diversos cursos EaD e ao vivo sobre metodologia, gestão de riscos, ferramentas da qualidade e temas específicos. Instituições acreditadoras também oferecem treinamentos especializados.
Software e Sistemas de Gestão
Sistemas especializados auxiliam no gerenciamento de documentos, processos, indicadores e não conformidades, facilitando a organização e rastreabilidade das informações.
Consultorias Especializadas
Consultorias podem auxiliar em todas as fases do processo, desde diagnóstico inicial até preparação para avaliação. A escolha deve considerar experiência, referências e alinhamento com a cultura institucional.
Conclusão
A certificação hospitalar ONA representa um compromisso institucional com a excelência em saúde. O processo, embora desafiador, traz benefícios significativos para pacientes, profissionais e a organização como um todo. O sucesso depende de planejamento adequado, comprometimento de todos os níveis organizacionais, investimento em capacitação, desenvolvimento de cultura de segurança e melhoria contínua.
Esta estratégia abrangente fornece um roteiro completo para instituições que buscam a acreditação, desde os pré-requisitos iniciais até a manutenção da certificação. A implementação deve ser adaptada à realidade de cada organização, respeitando sua maturidade, recursos e contexto específico.
A jornada rumo à acreditação ONA é, antes de tudo, uma jornada de transformação organizacional que coloca o paciente no centro de todas as decisões e consolida práticas seguras e de qualidade como parte da identidade institucional.
Referências:
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DNV - DET NORSKE VERITAS. Acreditação pela ONA (Organização Nacional de Acreditação). Disponível em: https://www.dnv.com.br/services/acreditacao-pela-ona-organizacao-nacional-de-acreditacao-74647/. Acesso em: 30 out. 2025.
KOBEWKA, Daniel M. et al. Quality gaps identified through mortality review. BMJ quality & safety, v. 26, n. 2, p. 141-149, 2017. Disponível em: https://qualitysafety.bmj.com/content/qhc/26/2/141.full.pdf . Acesso em: 30 out. 2025.
MV. Entenda o processo completo para obter certificação hospitalar ONA. Disponível em: https://mv.com.br/pt/blog/entenda-o-processo-completo-para-obter-certificacao-hospitalar-ona. Acesso em: 30 out. 2025.
NEXXTO. Qmentum e Accreditation Canada: passo a passo do processo de acreditação. Disponível em: https://nexxto.com/qmentum-e-accreditation-canada-passo-a-passo-do-processo-de-acreditacao/. Acesso em: 30 out. 2025.
ONA - ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO. Acreditação. Disponível em: https://www.ona.org.br. Acesso em: 30 out. 2025.
______. O que é Acreditação. Disponível em: https://www.ona.org.br/acreditacao/o-que-e-acreditacao/. Acesso em: 30 out. 2025.
______. Selos de acreditação na saúde: conheça os principais e saiba como conquistá-los. 2024. Disponível em: https://www.ona.org.br/noticias/selos-de-acreditacao-na-saude-conheca-os-principais-e-saiba-como-conquista-los. Acesso em: 30 out. 2025.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Patient Safety Solutions: Preamble May 2007. Geneva: World Health Organization, 2007. Disponível em: https://www.who.int/patientsafety/solutions/patientsafety/ . Acesso em: 30 nov. 2025.
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